"O Rapaz do Telefone jazia inerte naquele quarto ao lado da sala onde todos continuavam entregues aos seus jogos sensuais. A cara caída, o queixo de encontro ao peito.
Sem vida.
Os olhos abertos. Sem vendas a tapar-lhe a visão.
Cego.
O corpo suspenso por um cinto, com o desejo de cair de encontro ao chão, de membros pesados a empurrar para baixo e o cinto a sustentar toda uma existência que já não existe.
A cabeça vazia.
Sem poesia, prazer, dor ou desejo.
Inerte.
Com vontade de cair de encontro ao chão.
Sozinho.
Fim."
Sensualistas, de Cláudia Galhós, editado pela Oficina do Livro.