Livrododia TV

terça-feira, novembro 29, 2005

"registo de nascimento" à venda

Para todos aqueles que desejem adquirir o livro "Registo de Nascimento", editado pela Livrododia Editores, e não se possam deslocar até às nossas instalações, temos a solução.

Façam uma transferência bancária para a Livrododia ( NIB: 003300004528663541105) no valor de 12 euros (preço de capa do livro), enviem o comprovativo e a vossa morada para geral@livrododia.com.pt ou pelo fax 261 338 924 e nós enviaremos o livro por via postal, oferecendo os custos de envio.

Esta oferta só é válida para Portugal Continental.

segunda-feira, novembro 28, 2005

Lançamento do livro "Registo de Nascimento" - Fotos


(Foto Ozias Filho) Posted by Picasa

(Foto Léo) Posted by Picasa

(Foto Ozias Filho) Posted by Picasa

(Foto Ozias Filho) Posted by Picasa

segunda-feira, novembro 21, 2005

Lançamento do livro "Registo de Nascimento"


A Livraria Livrododia e o autor têm o prazer de o convidar para o lançamento do livro Registo de Nascimento, de Luís Filipe Cristóvão.

O livro terá a chancela da Livrododia Editores e será lançado no dia 26 de Novembro, pelas 17 horas, na Livraria Livrododia, situada na Avenida Gen.Humberto Delgado, 6 A, em Torres Vedras.

Sobre o livro:
Registo de Nascimento é um conjunto de poemas onde se exerce um trabalho sobre a memória e sobre a palavra. Num ambiente onde se cruza o crescimento pessoal e as dúvidas da literatura, surgem nove séries de poemas em que as palavras se entrelaçam na memória reflectida, experiências do pensamento recortadas. Também incluído neste livro está o poema "Itinerário", um percurso dentro da cidade onde se retiram pedaços de paredes e de passos para (re)construir, numa poética de fragmento, a cidade dentro da cabeça.

Sobre o autor:
Luís Filipe Cristóvão, nascido em Torres Vedras (24/02/1979), licenciado em Línguas e Literaturas Modernas, variante de estudos Portugueses e Franceses, pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, e frequentando, actualmente, o Curso de Especialização em Edição de Livros e Novas Tecnologias na Universidade Católica.

Desenvolveu intensa actividade associativa tendo feito parte do Grupo de Teatro Figuras do Espanto (Torres Vedras), do Projecto DisparArte(Torres Vedras/Sobral de Monte Agraço) e da associação Académico de Torres Vedras onde exerceu funções como presidente e onde dirigiu e dirige as revistas literárias quase e Sítio.

É autor do blogue www.esferovite.blogspot.com

Colabora regularmente com o jornal Em FrenteOeste e já publicou na revista "Os Fazedores de Letras" (Lisboa), "Revista 365" (Porto), no suplemento "DN Jovem" e nas revistas de internet "Patife" e "Portal Literal" (ambas do Brasil).
Posted by Picasa

Mapa das Estradas


Para chegar à Livraria Livrododia, sair na placa "Torres Vedras Sul" na A8 e seguir as setas (pelas rotundas) até à Livraria. Posted by Picasa

terça-feira, novembro 15, 2005

Gonçalo M.Tavares na Livrododia!

No próximo sábado, dia 19 de Novembro, pelas 16 horas, estará presente na Livraria Livrododia o autor Gonçalo M. Tavares para apresentar o seu último livro Senhor Krauss. Gonçalo M.Tavares foi o vencendor do prémio José Saramago/ Círculo de Leitores 2005, com o romance Jerusalém. Para além destes títulos, o autor publicou já os romances Um homem: Klaus Klump e A Máquina de Joseph Walser, bem como a colecção “O Bairro” que conta com O Senhor Valéry, O Senhor Brecht, O Senhor Henri e O Senhor Juarroz, todos com a chancela Editorial Caminho. O autor conta ainda com outros títulos como 1 (poesia, na Relógio d'Água) e O homem ou é tonto ou é mulher (Campo das Letras), entre muitos outros.

Convidamo-lo a vir conhecer o autor e a beneficiar de descontos nos seus livros!

sexta-feira, outubro 28, 2005

Torres Vedras 14:30


"Torres Vedras 14:30", fotografias de Manuel Guerra Pereira. Na Livraria Livrododia, em Novembro Posted by Picasa

Fruto Oblíquo, Gilda de Vasconcelos

A Livraria Livrododia têm o prazer de o convidar para a apresentação em Torres Vedras do novo livro da autora Gilda de Vasconcelos, " Fruto Oblíquo". Nascida em Moçambique, esta autora reside em Torres Vedras há imensos anos, tendo leccionado Biologia e sido Técnica Especial da Área da Saúde no Ensino Secundário. Actualmente dedica-se exclusivamente à escrita.

"Fruto Oblíquo" é uma adequada metáfora para a temática que percorre a escrita poética que a autora propõe à partilha nesta obra. Trata-se da temática da vida como enigma, solidária de um desassossego interrogativo implícito, mesmo nos seus momentos mais afirmativos.

"A melancolia já não marulhadas ruínas renascierigi uma cidade-luzno terreno dos meus passos" (pág.56)

A sessão de apresentação, que contará com a presença da autora e da Dr. Fátima Freitas, realizar-se-á no Auditório dos Paços do Concelho, actual Galeria Municipal, no próximo sábado, dia 29 de Outubro, pelas 18 horas.

quarta-feira, outubro 12, 2005

Vendem-se Planos B

Uma fanzine, um objecto, um "fanjecto", uma obra de arte.

Aliando textos vindos de uma vivência rock em que o jogo das palavras não resiste perante uma boa história de amor "Vendem-se planos B" é uma obra fora do comum, diferente de tudo o que se possa imaginar. Para começar, o seu aspecto de exterior, uma caixa de cartão e madeira, pintada a mão. Dentro da caixa, um conjunto de postais onde palavra, colagens, pintura e uma boa dose de loucura convivem num tom apaixonado. Perverso, inquietante e boémio, "Vendem-se planos B" é certamente um acontecimento susceptível de ferir as pessoas mais sensíveis.

"Vendem-se Planos B" de André Venceslau, uma edição da Cooperativa de Comunicação e Cultura.

segunda-feira, setembro 26, 2005

Oficina de Escrita "Itinerários"

Vai realizar-se nos próximos dias 3 e 6 de Outubro na Escola Secundária Madeira Torres, em Torres Vedras, a Oficina de Escrita subordinada ao tema "Itinerários".

Todos nós, no nosso dia a dia, percorremos caminhos e itinerários, absorvendo sensações e observações daquilo que nos rodeia e toca. Como passamos isso para palavras? Como gerimos o que é recolhido pela atenção (e desatenção) dos nossos sentidos? Em forma de "brainstorming", os participantes desta Oficina irão descobrir-se na sua escrita.

Dirigida por Luís Filipe Cristóvão, a Oficina é composta por duas de sessões de noventa minutos, nos dias acima referidos, a partir das 21 horas. Inscrições na Livraria Livrododia, através do telefone 261 338 924 ou por e-mail em geral@livrododia.com.pt

Encontro de Autores Torreenses


Leonilde Leal (Foto de Armando Fernandes) Posted by Picasa

António Augusto Sales e Luís Filipe Rodrigues (Foto de Armando Fernandes) Posted by Picasa

cenário (Foto de Armando Fernandes) Posted by Picasa

quinta-feira, setembro 22, 2005

A ideia de europa

" O café é um local de entrevistas e conspirações, de debates intelectuais e mexericos, para o flâneur e o poeta ou metafísico debruçado sobre o bloco de apontamentos. Aberto a todos, é todavia um clube, uma franco-maçonaria de reconhecimento político ou artístico-literário e presença programática. Uma chávena de café, um copo de vinho, um chá com rum assegura um local onde trabalhar, sonhar, jogar xadrez ou simplesmente permanecer aquecido durante todo o dia. É o clube dos espirituosos e a posterestante dos sem-abrigo. Na Milão de Stendhal, na Veneza de Casanova, na Paris de Baudelaire, o café albergava o que existia de oposição política, de liberalismo clandestino. Três cafés principais da Viena imperial e entre as guerras forneceram a agora, o locus da eloquência e da rivalidade, a escolas adversárias de estética e economia política, de psicanálise e filosofia. Quem desejasse conhecer Freud ou Karl Kraus, Musil ou Carnap, sabia precisamente em que café procurar, a que Stammtisch tomar lugar. Danton e Robespierre encontraram-se uma última vez no Procope. Quando as luzes se apagaram na Europa, em Agosto de 1914, Jaurès foi assassinado num café. Num café de Genebra, Lenine escreveu o seu tratado sobre empiriocriticismo e jogou xadrez com Trostsky."

George Steiner, A ideia de Europa, Gradiva.

quarta-feira, setembro 14, 2005

"um café com um escritor"

No próximo sábado, 17 de Setembro, pelas 16 horas, a Livraria Livrododia organizará o evento "um café com um escritor". Dando especial destaque aos autores de Torres Vedras, estarão presentes neste evento os autores Ana Meireles, António Augusto Sales, Leonilde Leal e Luís Filipe Rodrigues.

Aproveite para nos visitar no sábado à tarde!

Este evento com o apoio do Grupo Império.

quarta-feira, agosto 31, 2005

Um Homem Célebre

" Há umas ocasiões oportunas e fugitivas, em que o acaso nos inflige duas ou três primas de Sapucaia; outras vezes, ao contrário, as primas de Sapucaia são antes um benefício do que um infortúnio."

Machado de Assis, Um Homem Célebre - Antologia de Contos, Cotovia

sexta-feira, agosto 12, 2005

Manual de civilidade para meninas

"NO TEATRO

Não deixeis cair a mão nas calças do vosso vizinho de cadeira, para ver se o bailado lhe dá tesão.

Se notardes que certa bailarina tem o cabelo loiro e os sovacos negros, não pergunteis em voz alta porquê.

Não digais tão-pouco em clara voz: «É aquela morenaça alta que vai para a cama com o papá!» Mormente se a senhora vossa mãe vos acompanhar."

Um livro cheio de bons conselhos...

Pierre Louys, Manual de civilidade para meninas (ilustrado por Pedro Proença), Ed. Fenda

domingo, agosto 07, 2005

Overman. O Álbum. O Mito.


Esta semana, lançamento do livro "Overman. O Álbum. O Mito" em Portugal. Compre já, na Livrododia. Posted by Picasa

quinta-feira, agosto 04, 2005

Polifemo e outros poemas

"Em que plaino me perdi de andar
rasante colhendo íxias glicínias
pisando merda
para levar flores à tua cama?"

José Emílio-Nélson, Polifemo e outros poemas, I.N.C.M.

terça-feira, agosto 02, 2005


Espreita pela montra (foto: Manuel Guerra Pereira) Posted by Picasa

Lá fora... (foto:Manuel Guerra Pereira) Posted by Picasa

o dia da inaguração (foto:Manuel Guerra Pereira) Posted by Picasa

eu:seis inconferências

"Permitam-me cordialmente avisar, na abertura destas supostas conferências, que não tenho a mais remota intenção de me fazer passar por conferencista. Conferenciar é presumivelmente uma forma de ensino; e presumivelmente um professor é alguém que sabe. Eu nunca soube e continuo a não saber. O que sempre me fascinou não foi ensinar, mas aprender; e garanto-vos que se a aceitação da cadeira Charles Eliot Norton não se tivesse rapidamente misturado com a expectativa de aprender muito, eu estaria agora noutro lugar."

E.E.Cummings, eu:seis inconferências, Assírio & Alvim.

Agosto no meio dos livros

Agosto... Tudo mais lento e quieto. Algumas lojas em volta fecham para férias e caras que por aqui passavam todos os dias estão ausentes. Fala-se de praia, pernas bronzeadas e há quem pareça até transportar o doce cheiro do protector solar.

Agosto... Que estranho que é começar um parágrafo com reticências logo ao lado. Que reticentes estão as pessoas a entrar, quando tudo chama para a praia e a praia aqui tão perto. Ainda assim, resistentes, alguns emepnham o seu subsídio de férias na leitura.

Agosto... Nem novidades das editoras. Os vendedores todos a banhos no Algarve, os escritores de canetas recolhidas, os suplementos literários a fingir que não têm o que dizer. Envia-se um e-mail e a resposta vem, automática, a dizer que se está de férias. É Agosto, a gosto no meio dos livros.

segunda-feira, agosto 01, 2005

Jerusalém

"-Estou a fazer um estudo, a recolher dados, a compilar informações, a tentar comparar números de várias fontes.
Mylia mais uma vez perguntara para quê aquilo, para quê de novo à volta dos livros com fotografias do horror.
-Se passas o dia a olhar para cadáveres habituas-te a desistir. És médico.
- Disparate! - respondia Theodor.
- Mas para que fazes isso? - insistiu, naquele momento, Mylia.
- Para entender - respondeu Theodor. - Ainda não percebi."

Gonçalo M.Tavares, Jerusalém, Ed. Caminho.

É o que eu ando a ler...

quinta-feira, julho 28, 2005


canto do descanso Posted by Picasa

infantil Posted by Picasa

vista de entrada Posted by Picasa

livrosdoutrosdias Posted by Picasa

quarta-feira, julho 27, 2005


got to keep on reading! Posted by Picasa

Os Anos Selvagens

"Hélène passeando pelo Brasil os seus belos olhos, a sua silhueta e os cabelos magníficos. «Amigos». Convidada várias vezes. Gente encantadora. Tive de arranjar uma cara impassível para disfarçar o enorme desagrado que todas aquelas afirmações me causavam. Não há nada de mais desagradável do que esgravatar-se no passado de alguém que se ama. E não existe nada pior do que não o fazer"

Jean Carriére, Os Anos Selvagens, nos livrodoutrosdias

terça-feira, julho 26, 2005

anotação dos problemas

é que não basta a porta aberta. é mesmo preciso ter o livro certo.

problema 1

as pessoas que compram livros não trazem trocos, trazem notas. ao fim de poucas vendas, a caixa fica vazia de moedas e passamos a recorrer aos nossos bolsos. os livreiros têm trocos nos bolsos.

problema 2

porque nem toda a gente gosta de ler, mas toda a gente gosta de ter o livro certo nas mãos. se não for uma edição que está esgotada há muito tempo, que seja algo que tenha um suficiente número de páginas.

problema 3

amanhã, já não há. passas a tarde a olhar os livros nas prateleiras e a fazer contas de cabeça com aquilo que poderás gastar, ou não, amanhã. quando voltas, o livro já foi vendido.

problema 4

porque todos os problemas são resolúveis. esse sim, é o verdadeiro problema.

segunda-feira, julho 25, 2005

A nossa necessidade de consolo é impossível de satisfazer

" Faça o que fizer, poderis muito bem fazer outra coisa. Não é isso que importa. Importa é saber-se livre como qualquer outro elemento da criação. Importa é saber-se um fim autónomo, que repousa em si mesmo como uma perda sobre a areia."

Stig Dagerman, A nossa necessidade de consolo é impossível de satisfazer, Fenda.

sábado, julho 23, 2005

carta

Olá,

desculpa não ter escrito mais cedo mas estivemos sem internet uns dias, por um problema de ligação do sistema. trabalho não faltou. têm chegado livros todos os dias, o que nos faz ter sempre actividade um tanto frenética na loja, com caixotes e montes de livros para serem arrumados. no meio disto, tive tempo para ler dois pequenos livros deliciosos de que te vou falar um destes dias. ando cansado com o ritmo que as coisas tomaram nestas primeiras duas semanas, que para além da livraria implicaram uma viagem ao porto, a semana passada, e a partida para santiago de compostela, hoje ao fim da tarde.

Beijo.

terça-feira, julho 19, 2005

Livrosdoutrosdias

Livrosdoutrosdias são os livros que já passaram por outras mãos, palavras inspecionadas por outros olhos, frases degustadas por outros lábios. São oportunidades de encontrar o livro que já não havia em mais lado nenhum, um exemplar igual ao que a mãe ou o pai tinham lá por casa quando éramos pequenos e ainda nos estava interdita a leitura dos grandes. São também uma maneira de ler qualquer coisa que outro alguém não quis guardar, e pela qual nós há tanto tempo ansiávamos.
Livrosdoutrosdias é ter tempo e faltar algum dinheiro. É abrir a carteira e ainda ter uns trocos para o café, mesmo quando se sai carregado de uma livraria. É perceber, pelas assinatura na primeira página, que este livro pertenceu a algum vizinho ou a alguma rapariga bonita que hoje se fez senhora. É encontrar o que, mesmo passado tanto tempo, ficou para ler. Livrosdoutrosdias.

segunda-feira, julho 18, 2005

obras outra vez

eu devo ser o deus das horas mortas. abro a loja de manhã e só vêm pessoas perguntar, espreitar, nada de compras. a sandra entra a serviço, e pronto, as vendas disparam.

entretanto, continuamos a fazer encomendas, pedidos de reposição, pedidos de reuniões com vendedores e editores. continuamos a procurar autores para publicarmos e a tentar desvendar o segredo que nos fará ser uma empresa de sucesso.

de vez em quando, como esta tarde, a loja transforma-se em obra, outra vez. hoje vieram colocar um cortinado numa montra onde batia demasiado sol e fazer um arranjo eléctrico ao mesmo tempo. será chuva ou será gente?

sábado, julho 16, 2005

sábado

é sábado de verão, a cidade parece dividir-se entre o adormecimento e o tomar a estrada para a praia. a uma esquina, aqui estamos, de porta aberta, a sentir o ar condicionado na cara e imaginar maresia. algumas pessoas passam lá fora, espreitam, estudam a montra. outras tantas entram, experimentam o tamanho dos livros na mão. é verão. para banda sonora, tenho a aimée mann, fui buscar cummings e manuel de freitas à prateleira para dar uma vista de olhos, estudo alguns catálogos que tenho no balcão.

depois, começo a fazer contas de cabeça e tento adivinhar qual a capa do mil folhas de hoje. quero fazer o teste de perceber quantas pessoas virão, na próxima semana, perguntar pelo livro que estiver na capa desse suplemento. mais tarde também vou espreitar o expresso, talvez o dn. um livreiro deve fazer um estudo dos jornais, para tentar saber sempre do que os clientes estão a falar. acho que nisso, até que me vou saíndo bem. ainda não me apareceu aqui ninguém a perguntar por alguma coisa que eu nem sequer imaginasse o que fosse.

o ar condicionado ligado, eu a respirar maresia. há carros a passar lá fora e quando o sol chegar à montra, eu vou sentir um calorzinho na cara e posso até imaginar que estou na praia. hoje é julho, é verão. às vezes surpreendo-me a pensar que, quando eu andava na escola, agora estava de férias, não havia nada para fazer. os sábados à tarde eram sempre chatos, com peixe assado na mesa e o expresso a fazer de manta no sofá. aqui, estou rodeado de livros. e tenho a maresia sem a confusão dos banhistas de fim-de-semana.

Harry Potter and the half-blood prince

No dia do seu lançamento mundial, Harry Potter and the half-blood prince já está à venda na Livrododia.

O capítulo um começa assim:

"It was nearing midnight and the Prime Minister was sitting alone in his office, reading a long memo that was slipping through his brain without leaving the slightest trace of meaning behind."

São 607 páginas de novas aventuras, no sexto volume da série da autora inglesa J.K. Rowling

Harry Potter and the half-blood prince, J.K.Rowling, BLoomsbury

quarta-feira, julho 13, 2005

Sensualistas

"O Rapaz do Telefone jazia inerte naquele quarto ao lado da sala onde todos continuavam entregues aos seus jogos sensuais. A cara caída, o queixo de encontro ao peito.
Sem vida.
Os olhos abertos. Sem vendas a tapar-lhe a visão.
Cego.
O corpo suspenso por um cinto, com o desejo de cair de encontro ao chão, de membros pesados a empurrar para baixo e o cinto a sustentar toda uma existência que já não existe.
A cabeça vazia.
Sem poesia, prazer, dor ou desejo.
Inerte.
Com vontade de cair de encontro ao chão.
Sozinho.
Fim."

Sensualistas, de Cláudia Galhós, editado pela Oficina do Livro.

de manhã

o primeiro dia foi um sucesso. as pessoas começaram a aparecer em força a partir das seis horas e tivemos a casa cheia. a revista sítio vendeu bastante e várias pessoas levaram livros debaixo so braço, dentro dos nossos saquinhos de papel. a sensação foi de dever cumprido. conseguimos. e quando saí da livraria, perto das nove da noite, ia contente ao pensar que, ao fim de uma semana, ia ter uma noite sossegada.

o dia de hoje começou normal. com algumas novidades, ainda assim. experimentei pela primeira vez depositar dinheiro numa caixa automática, o primeiro dinheiro da livrododia. são estas pequenas coisas que me fazem sorrir por dentro. e depois abro a porta da livraria, escolho um sorriso simpático, e recebo quem vier espreitar os livros. os dias agora não páram. há editoras para contactar, mais livros para encomendar e receber. temos as prateleiras para manter cheias, as novidades para atrair os clientes e as raridades para manter fiéis alguns seguidores.

terça-feira, julho 12, 2005

abrimos a porta

finalmente abrimos a porta, devia ser mais ou menos uma meia. fui até à entrada e virei a tabuleta do fechado para o aberto. a sandra respirou fundo e rimos os dois. estamos abertos. depois de meses a pensar, a preparar, a fazer obras que pareceram intermináveis, a escolher imagens, a escolher funções, serviços, livros, a contactar vendedores, a conversar com eles, finalmente, hoje, no dia 12 de julho de 2005, a Livraria Livrododia abriu as portas. a história do que se passou até aqui vai ficar para ir sendo contada com o tempo. o que se começa aqui é o diário de um livreiro, do estar na loja sentado à espera que os clientes entrem. bem, não nos podemos queixar. ainda temos homens a finalizar o exterior da loja e já fizémos vendas.

são quatro e meia, daqui a duas horas temos o nosso primeiro evento. vai ser o lançamento da revista sítio, aqui em torres. quase como ter dois filhos num só. a sandra anda a passear de um lado para o outro, a tentar perceber onde estão os livros e como pode chegar até eles quando algum cliente os pedir. os homens do exterior andam dentro e fora com um escadote. entretanto ainda há uma série de pormenores a tratar com as montras para que o sol não nos queime as capas dos livros. ter uma loja aberta é também uma oportunidade para outros vendedores que esperam vir a ser nossos fornecedores, portanto há neste momento um empate técnico, dois vendedores contra dois clientes. a vantagem está nos clientes que já fizeram uma compra.